A presença de sentimentos de tristeza e desânimo são naturais, no entanto, quando estes sentimentos mantêm-se presentes por mais de duas semanas e interferem no trabalho ou nos relacionamentos é um forte indicativo de um possível quadro de depressão, recomendando-se a avaliação com o psiquiatra.
Sintomas depressivos são causas frequentes de consultas já que afetam diretamente os pensamentos, sentimentos e comportamentos do indivíduo. Pesquisas demonstram que uma a cada cinco pessoas terá um episódio depressivo maior ao longo da vida.
SINTOMAS
Os sintomas de depressão variam de pessoa para pessoa. Os mais comuns são:
CAUSAS
A etiologia da depressão é multifatorial. Fatores como alterações na neurofisiologia e bioquímica cerebral, vulnerabilidade genética, traços de personalidade, eventos adversos na infância e estressores psicossociais estão envolvidos.
Perdas, separações e solidão são fatores psicossociais que com frequência desencadeiam sintomas depressivos. Estudos apontam a desregulação neuroendócrina e de neurotransmissores e neuropeptídeos como por exemplo serotonina, noradrenalina, dopamina, GABA, somatostatina em alguns tipos de quadros depressivos.
Hipotireoidismo, alterações nutricionais como das vitaminas D e B12, além de diversas medicações como por exemplo antiinflamatórios, betabloqueadores, sedativos e anticonvulsivantes também podem estar implicados na etiologia da depressão.
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS
A depressão possui algumas formas de apresentação clínica. As duas mais comuns são:
AVALIAÇÃO PELO PSIQUIATRA
É realizada avaliação clínica integrativa do padrão de sintomas apresentados por cada paciente, observando os aspectos biológicos, psicológicos, interpessoais, comportamentais, nutricionais e ambientais.
O Dr. Marcelo Trombka aplica rotineiramente a escala PHQ-9 (Patient Health Questionnaire)3 em cada consulta. Esta escala introduzida em 2001 foi validada cientificamente para o Português e é mundialmente utilizada na avaliação da presença e gravidade de sintomas de depressão, oferecendo dados objetivos que auxiliam na avaliação inicial do quadro bem como na mensuração de sua evolução de acordo com o tratamento.
Quando necessário, são solicitados os exames complementares indicados (exames de sangue, neuroimagem, etc.).
TRATAMENTO
Existem diversas modalidades terapêuticas eficazes para a depressão. Baseado nas melhores evidências científicas, o tratamento é definido de forma colaborativa, incluindo as preferências individuais na escolha das intervenções.
Alterações neurobiológicas, comportamentos e estilo de vida que possam estar envolvidos na etiologia do quadro são identificados e corrigidos. Tratamentos eficazes podem incluir a Psicofarmacologia, Psicoterapia e o Treinamento em Mindfulness.
REFERÊNCIAS
1 – Hirschfeld R. M. (2012). Depression epidemiology and its treatment evolution. The Journal of clinical psychiatry, 73(10), e29.
2 – Beck, A. T., & Bredemeier, K. (2016). A Unified Model of Depression: Integrating Clinical, Cognitive, Biological, and Evolutionary Perspectives. Clinical Psychological Science, 4(4), 596–619.
3 – Kroenke K, Spitzer RL, Williams JB (2001). The PHQ-9: validity of a brief depression severity measure. Journal of General Internal Medicine. 16 (9): 606–613
Cuidar da mente é o primeiro passo para transformar a vida.
Dra. Natália B S Campos
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