Sentir ansiedade ocasionalmente faz parte da vida, porém quando as preocupações e o medo se tornam frequentes, causando sofrimento e prejudicando as atividades diárias e a qualidade de vida, está indicada a consulta com o Psiquiatra para a sua avaliação e tratamento.
É um motivo muito comum de atendimento no consultório, uma vez que cerca de um terço da população irá apresentar um quadro de ansiedade com sofrimento significativo ao longo da vida.¹
A sintomatologia da ansiedade pode ser dividida em sintomas psicológicos e sintomas físicos:
SINTOMAS PSICOLÓGICOS
SINTOMAS FÍSICOS
CAUSAS
Fatores neurobiológicos e psicológicos, e por vezes uma combinação de ambos estão envolvidos em sua etiologia.
Fatores neurobiológicos incluem hipertireoidismo, arritmias, feocromocitoma, hipoglicemia, asma, embolia pulmonar e uso de medicações e substâncias, como corticosteróides, cafeína, anfetaminas e abstinência de álcool ou sedativos.
Estudos neurocientíficos também apontam causas genéticas e correlação entre o desequilíbrio de neurotransmissores e ansiedade, principalmente serotonina, noradrenalina e ácido gama-aminobutírico (GABA).²
Com frequência, os fatores psicológicos são desencadeados por eventos estressores, também chamado de gatilhos, ao longo da vida. Eventos estressores podem ocorrer no ambiente de trabalho, em relacionamentos afetivos, devido a perdas ou traumas com impacto emocional relevante.
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS
Muitas vezes os sinais e sintomas da ansiedade possuem características específicas, sendo classificadas pela Psiquiatria em apresentações clínicas, dentre elas:
AVALIAÇÃO PELO PSIQUIATRA
É realizada avaliação clínica integrativa do padrão de sintomas apresentados por cada paciente, observando os aspectos biológicos, psicológicos, interpessoais, comportamentais, nutricionais e ambientais.
O Dr. Marcelo Trombka utiliza de forma rotineira a Escala de Ansiedade de Beck³ em cada consulta. Esta escala desenvolvida por Aaron Beck foi validada cientificamente para o Português e é globalmente aplicada para mensuração da intensidade e gravidade dos sintomas de ansiedade, oferecendo dados objetivos que auxiliam na avaliação inicial do quadro bem como na mensuração de sua evolução de acordo com o tratamento.
Quando necessário, são solicitados os exames complementares indicados (exames de sangue, neuroimagem, etc.).
TRATAMENTO
Existem diversas modalidades terapêuticas eficazes para a ansiedade. Baseado nas melhores evidências científicas, o tratamento é definido de forma colaborativa, incluindo as preferências individuais na escolha das intervenções.
Alterações neurobiológicas, comportamentos e estilo de vida que possam estar envolvidos na etiologia do quadro são identificados e corrigidos. Tratamentos eficazes podem incluir a Psicofarmacologia, Psicoterapia e o Treinamento em Mindfulness.
REFERÊNCIAS
1 – Bandelow, B., & Michaelis, S. (2015). Epidemiology of anxiety disorders in the 21st century. Dialogues in clinical neuroscience, 17(3), 327–335
2- Olivier, J. D., Vinkers, C. H., & Olivier, B. (2013). The role of the serotonergic and GABA system in translational approaches in drug discovery for anxiety disorders. Frontiers in pharmacology, 4, 74.
3 – Beck, A. T., Epstein, N., Brown, G., & Steer, R. A. (1988). An inventory for measuring clinical anxiety: Psychometric properties. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 56(6), 893–897
Cuidar da mente é o primeiro passo para transformar a vida.
Dra. Natália B S Campos
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.